segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Corporações: ufania do próprio ofício
e projeção política no governo municipal

Comércio
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








“O artesão medieval tem em geral grande amor e zelo pela própria profissão.

“Encontra-se um testemunho disso nos romances de profissão, como os de Thomas Deloney sobre os tecelões e sapateiros de Londres, no qual estes últimos intitulam seu trabalho como “a nobre profissão”, e têm orgulho do provérbio: “todo filho de sapateiro é príncipe nato”.

“É um traço especialmente medieval este orgulho do próprio estado e o zelo das corporações na reivindicação de seus privilégios.

“Um dos mais preciosos para a época era o de poder julgar os delitos cometidos por seus membros.

“Mas a corporação estima essencialmente a liberdade de administrar-se por seus próprios representantes. Para isso é eleito cada ano um conselho de mestres escolhido de mil maneiras, quer pelo conjunto da corporação, quer apenas pelos mestres. Os usos variam segundo os ofícios.
Boticário, farmacêutico“Os conselheiros (da corporação) escolhidos prestam um juramento, de onde o nome de jurados.

“Além do que já vimos, cabia também a eles resolver as discórdias surgidas entre os mestres e administrar a caixa da corporação.

“Sua influência chega a ser tal, que eles desempenham papéis políticos na vida da cidade.

“Em várias, tomam parte efetiva na direção dos negócios da comuna, como em Marseille. Quase sempre fazem parte do Conselho Geral.

Sem eles, nenhuma decisão que toque os interesses da cidade pode ser tomada.

“Em muitos lugares os artesãos escolhem semanalmente os semaniers que assistirão o recteur, e sem os quais não se pode tomar nenhuma deliberação.

“Segundo Bourrilly, eles eram o “elemento motor” da vida municipal. Pode-se dizer que Marseille teve no século XIII um governo de base corporativa”.

(Fonte: Régine Pernoud, “Lumière du Moyen Âge”, Bernard Grasset Éditeur, Paris, 1944)


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